Acessibilidade é bom para todos, não só cadeirantes.

07.11.2017

Assim é o app Guiaderodas.

Esta poderia ser mais uma história tradicional de superação sobre alguém que enfrentou adversidades e deu a volta por cima. Mas, muito mais que isso, a de Bruno Mahfuz e o Guiaderodas é sobre como transformar experiências de vida em evoluções para todos. Bruno tem 33 anos, é formado em administração e cadeirante desde os 17, quando sofreu um acidente de carro. Ele é o fundador do Guiaderodas, um aplicativo que informa sobre a acessibilidade dos lugares, mas que também é uma consultoria para ajudar empresas a tornarem seus ambientes mais acessíveis.

Em pouco mais de um ano de existência, o negócio foi reconhecido pela ONU como “Melhor Inovação Inclusiva no Mundo”, no World Summit Awards 2016. Segundo Bruno, seu app já foi utilizado em mais de 900 cidades no mundo. O crescimento aconteceu de forma orgânica, ele diz, embora tenha sido impulsionado pela atenção que recebeu da mídia após o prêmio da ONU.

Qualquer usuário cadastrado pode, em apenas alguns minutos, responder perguntas sobre acessibilidade de determinado lugar. Assim, quando alguém for até lá, poderá saber de antemão o quão acessível o ambiente é ou não.

O serviço do app é gratuito. A receita vem da consultoria que Bruno presta a empresas que pretendem tornar seus ambientes mais inclusivos. Nesses casos, o Guiaderodas aciona um time de arquitetos, especialistas e, claro, pessoas com demandas específicas de locomoção para pensar e propor soluções que tornem o ambiente o mais acessível possível para todos. Com isso, oferecem uma qualificação especial que funciona também como aval de aprovação.

COMO A VIDA DE BRUNO MUDOU

Bruno era um estudante do Ensino Médio prestes a fazer a prova do vestibular quando o carro em que estava se chocou com um ônibus. No início, ele sequer conseguia ficar sentado. Nos primeiros três anos seu tempo era todo voltado à fisioterapia. Até hoje, 16 anos depois, ele faz fisioterapia para recuperar movimentos.

A mudança, obviamente, o ensinou muito. Bruno viu como faltava acessibilidade em universidades, empresas e no espaço público.

Foi quando, no início de 2016, juntou-se à sua irmã, Bianca Mahfuz, e a João Barguil, diretor de tecnologia, para desenvolver o Guiaderodas. “No começo não sabíamos exatamente a forma, só que queríamos promover algo para compartilhar informações sobre inclusão”, conta. Pensaram em blog, páginas específicas etc. Foram estudando possibilidades até que viram no aplicativo uma forma de escalar e atingir o número maior de pessoas. “Tão grande quanto a falta de acessibilidade é a falta de informação”, comenta.

Ele conta que cerca de 70% dos usuários do aplicativo não são deficientes físicos. A proposta de Bruno é que todos os cidadãos compartilhem informações e se preocupem com a inclusão. “Nossa ideia para tudo o que fazemos é mostrar que a acessibilidade beneficia a todos e deve ser vista como um diferencial competitivo e um exercício contínuo. Muitos ainda têm a percepção de que esse assunto é chato, burocrático, oneroso e que beneficia apenas uma pequena parcela da sociedade”, diz.

“Queremos desconstruir a percepção que muita gente tem de que acessibilidade é um assunto de alguns. Todos um dia já precisaram, precisam ou precisarão de acessibilidade, seja por um evento provisório ou por uma condição permanente. Um ambiente acessível beneficia a todos”, diz Bruno, lembrando que acessibilidade é importante também para idosos, grávidas, crianças ou qualquer pessoa que em algum momento quebrar a perna, por exemplo.

 

 

Fonte: projetodraft.com

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