Exercícios a céu aberto são capazes de melhorar a saúde e o humor…

19.07.2017

Por: Gretchen Reynolds
Do The New York Times

Caminhadas longas podem melhorar o humor e reduzir a ansiedade, mas os benefícios são ainda maiores quando ocorrem ao ar livre, ao invés da esteira na academia, de acordo com um novo estudo realizado por pesquisadores austríacos.

Embora os Alpes sejam um local especialmente propício para passeios, uma caminhada vigorosa por bosques e trilhas próximas de casa pode fornecer o impulso mental necessário para que continuemos com nossas atividades normais.

A essa altura do campeonato, todo mundo já sabe que é preciso se movimentar para manter a saúde. Porém, pesquisas e relatos indicam que as pessoas raramente se exercitam se não gostam da atividade. Para muita gente, exercícios são como objetos: se não trazem felicidade, acabam sendo descartados.

Os especialistas acreditam que muitos aspectos das atividades físicas afetam o quanto gostamos de nos exercitar. Mas, em geral, a maioria concorda que a intensidade e a duração do exercício são os principais fatores que influenciam a forma de como nos sentimos sobre isso.

Nos últimos anos, muitos cientistas e outros especialistas têm concentrado sua atenção em exercícios curtos e intensos, conhecidos como treinamentos intercalados de alta intensidade, ou HIIT.

Como a duração dessas atividades é muito curta, a probabilidade de que as pessoas estejam ocupadas demais para se exercitar é menor. Porém, embora muitas pessoas que realizam treinamentos intercalados de alta intensidade relatem gostar do fato de os exercícios serem curtos, os praticamente muitas vezes se queixam da intensidade, o que, a longo prazo, poderia desencorajá-los.

Assim, para o novo estudo, que foi publicado no mês passado na revista científica “PLOS One”, os pesquisadores da Universidade de Innsbruck, na Áustria, e de outras instituições decidiram investigar uma mudança no foco dos exercícios, dando mais destaque à duração e diminuindo a intensidade para ver se isso tornaria a atividade mais agradável e, portanto, mais praticada.

Em outras palavras, os pesquisadores queriam saber se caminhadas longas e relativamente leves deixariam as pessoas mais felizes e, em caso afirmativo, se alguns tipos de caminhada seriam mais agradáveis que outros.

Para descobrir a resposta, recrutaram primeiro cerca de 40 homens e mulheres saudáveis dos arredores de Innsbruck e pediram que respondessem uma série de questionários sobre humor e nível de ansiedade, tanto naquele momento, quanto na vida cotidiana.

Então, os pesquisadores pediram para que os voluntários realizassem uma série de exercícios prolongados.

Um deles envolvia caminhar pelas montanhas que cercam Innsbruck acompanhados de um guia. Antes de começarem, os voluntários repetiram os testes de humor. Então, eles caminharam em grupos de três ou quatro pessoas ao longo de uma trilha bastante popular na montanha – um caminho sinuoso e de inclinação constante. Os voluntários usaram monitores cardíacos e foram instruídos a caminhar rapidamente, mas sem exagerar, para aumentar o ritmo da respiração, mas sem exagerar, para aumentar o ritmo da respiração, mas sem impossibilitar o diálogo com os colegas de passeio.

Na metade do caminho, paravam em uma cabana e respondiam aos pesquisadores se a caminhada tinha sido fácil ou difícil, em uma escala de 1 a 20, antes de descer e responder novamente os questionários sobre seu humor.

A trilha toda durou cerca de três horas.

Após alguns dias, cada voluntário realizou os mesmos exercícios em esteiras em uma academia. A inclinação das máquinas foi ajustada para simular a inclinação da montanha na primeira metade do exercício. Na segunda metade, a esteira ficou na horizontal, já que as máquinas não podem ser deixadas em inclinação negativa. Os voluntários caminharam um ao lado do outro e foram encorajados a conversar. Eles também responderam aos questionários anteriores, sobre o o desgaste físico e o humor.

Então, no último dia, uma sessão de controle foi realizada, com todos sentados juntos por três horas em um salão da universidade equipado com computadores, revistas e sofás, onde podiam entrar na internet ou conversar. Antes e depois da sessão, o humor dos voluntários foi avaliado.

Ao final, os pesquisadores compararam os resultados das entrevistas sobre humor e das outras avaliações.

Objetivamente, o passeio pela montanha foi o mais cansativo dos exercícios. Embora os ganhos de altitude fossem similares na caminhada nas montanhas e na academia, a frequência cardíaca dos participantes foi mais alta durante o passeio pela montanha. Porém, curiosamente, quase todos os participantes relataram que o exercício na montanha pareceu menos cansativo do que o da esteira.

Além disso, os resultados do teste de humor foram muito mais altos após a caminhada pela floresta, do que o exercício na esteira, indicando que eles gostaram mais desse exercício do que de ficar na academia.

Por outro lado, a longa caminhada na academia deixou todos igualmente mais relaxados e contentes do que após três horas sentados conversando e usando o computador.

Em resumo, caminhar foi “mais prazeroso” do que não caminhar, mesmo com as caminhadas durando bastante tempo”, afirmou Martin Niedermeier, professor de ciências esportivas na Universidade de Innsbruck e responsável pelo estudo.

Contudo, caminhar na natureza bela e serena das montanhas ajudou a melhorar consideravelmente o humor dos participantes, segundo o especialista, sugerindo que as pessoas provavelmente continuariam a se exercitar em trilhas, ao invés de esteiras.

Esses resultados podem ser especialmente relevantes para pessoas que tentaram fazer exercícios curtos e intensos, mas não se adaptaram. Caminhadas longas e em ritmo acelerado são mais atraentes, segundo o pesquisador.

Mas, naturalmente, esse estudo observou apenas um caso de cada exercício; além disso, os voluntários não foram consultados posteriormente para saber se iriam manter as caminhadas, nem se questionou até que ponto essas caminhadas prolongadas afetaram a saúde e o bem-estar dos envolvidos.

Além disso, o estudo também não é capaz de indicar como encontrar tempo para caminhadas prolongadas, embora os dias de verão sejam longos, as horas no fim de semana sejam abundantes e não seja assim tão difícil encontrar parques e trilhas perto de nós.

FONTE: UOL.COM.BR

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