A vitalidade da mente na terceira idade

05.04.2018
Vitalidade na terceira idade

Ele sabe bem dos benefícios. Por isso, não tem quem faça Geraldo Vaz de Mesquita, 76, deixar de nadar, diariamente, no mar da Praia de Iracema. Desde os 57 anos, o aposentado, que mora no Meireles, acorda cedinho, sem preguiça, e vai até a praia se entregar às águas. “Sou de Goiás e lá praticava esqui, por incrível que pareça. Quando cheguei aqui, foi o jeito mudar de esporte”, lembra. Achando pouco a natação, há cerca de cinco anos, o aposentado resolveu incluir também o stand up paddle. Dia sim, dia não, ele vai à mesma praia para praticar o exercício em pé, com um remo numa prancha.

“É fantástico, porque graças a essas atividades, eu mantenho a vitalidade e não me sinto cansado”, arremata. Parar é verbo que não é conjugado por seu Geraldo. “Minha esposa não me acompanha e é cheia de doença. Sem dúvidas, manter o contato social com diversas pessoas, me forçar a raciocinar e a pensar ajuda a me manter vivo”, emenda. O aposentado tem razão. Pedro Calabrez, pesquisador do Laboratório de Neurociências Clínicas (Linc), da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), defende que a atividade física ajuda a manter a mente ativa.

“Os exercícios físicos estimulam o cérebro. Temos que incentivar nossa sociedade a levantar do sofá. As pessoas têm medo de serem assaltadas, mas não percebem que o sofá mata muito mais que a arma”, aponta o pesquisador. O ato de se mexer regularmente ajuda a evitar, no aspecto vascular, a doença de Alzheimer, a depressão, a ansiedade e a razão é simples. Na atividade, mais sangue é bombeado para o cérebro e, com isso, ele é mais impulsionado a funcionar.

Regularidade

Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), em parceria com a empresa farmacêutica Bayer, aponta que apenas 17% dos idosos praticam atividade física com regularidade. Desses, 38% praticam exercícios uma a duas vezes por semana; 22%, três a quatro vezes e 12% mais que quatro vezes; e 36% têm matrícula em academia.
Ou seja, 64% fazem atividade mesmo que não seja em academias. É o caso da pensionista Gema Maria Weyne de Paula, 79. Há 27 anos fazendo as mais diversas atividades no TSI do Sesc, Gema retomou idosa uma atividade cujo corpo tinha memória ainda da infância. “Eu comecei a dançar ainda pequena, nas tertúlias em casa. Sempre me movimentei e quando a gente movimenta o corpo, movimenta a mente, movimenta a emoção, entra tudo através da dança”, ensina. “A dança é completa, porque, quando você está dançando, você está criando. Pela dança, o corpo fala, o corpo tem vida”.

Para ter a mente ativa, defende Marília Louvison, geriatra, professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, é necessário também estar o tempo inteiro construindo novas estradas e conexões no cérebro, aprendendo coisas diferentes, desafiando a mente com coisas que não sabíamos antes. “Buscar atividades que elas nunca fizeram, colocar o cérebro, o corpo e, principalmente, a alma em movimento, ter uma alimentação mais saudável são escolhas que vão, a longo prazo, te ajudar a envelhecer melhor”, indica.

Fonte: O Povo

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