Contrariando médicos e com dor, Fernando Leme conquista Ouro ao lado do irmão nas Paralimpíadas

15.09.2016

Os atletas das Paralimpíadas são a prova viva de que a cada dia têm uma superação maior em suas vidas.

FONTE: RAZÕES PARA ACREDITAR

Os atletas das Paralimpíadas são a prova viva de que a cada dia têm uma superação maior em suas vidas. Numa conquista inédita, o Brasil venceu a Coreia do Sul na disputa da Bocha de duplas mistas BC3. Quem levou o ouro foi Evelyn Oliveira, Evani Soares e Antonio Leme, ao lado de seu irmão e calheiro Fernando Leme, que para conquistar esse sonho, contrariou recomendações médicas, passando por muita dor até chegar ao pódio.

A cena dos dois comemorando após o título é, no mínimo, emocionante. Depois de controvérsias na arbitragem, a conquista do ouro foi celebrada com Fernando erguendo Antonio, o Tó, de sua cadeira, rolando no chão e se abraçando. Vendo assim, não conseguimos nem imaginar que o calheiro está, na verdade, com a intenção de se despedir do esporte que o fez um campeão olímpico.

PRIMEIRA MAT

Fernando vive à base de remédios fortes por conta de uma osteoartrose bilateral de quadril, doença degenerativa da articulação. Nos últimos quatro anos, o atleta foi um rebelde do qual nos orgulhamos: desobedeceu todas as indicações médicas para praticar a Bocha e seguir ao lado do irmão, a quem acompanha nos jogos desde 2010. Em 2013, se tornou calheiro de Antonio, que tem paralisia cerebral e se destaca no esporte mundial. Agora, ambos carregam uma medalha de ouro no peito, dedicada ao pai Sebastião Leme, que faleceu em fevereiro.

Após o jogos paralímpicos, ele precisa urgentemente de uma cirurgia para o enxerto de uma prótese no local, que o permitirá andar por mais 10 ou 15 anos. O procedimento é delicado pois nem todos os organismos aceitam a substituição e ele pode, um dia, ir para a cadeira de rodas. Ele e a família vão decidir os próximos passos, embora clinicamente alegue que não tem mais condições de realizar partidas. Todo o esforço valeu a pena, seja pela medalha ou pelo sorriso no rosto do irmão.

Fotos: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br

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