Praia sem barreiras: acessibilidade atrai turistas com deficiência para Pernambuco

16.01.2017

Cinco praias pernambucanas já oferecem banho assistido para cadeirantes, além de outros atrativos turísticos com acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida

Quando desembarcou em Recife (PE), em setembro de 2016, a bordo de sua cadeira de rodas, a empresária Carmem Lúcia de Almeida, de Valparaiso (GO), já tinha programação definida para os dias de descanso em Porto de Galinhas. O luau da ONG Rodas da Liberdade prometia muita diversão, comida, bebida e atrações culturais. A escolha do destino nos últimos três anos quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral – tem um motivo: Porto de Galinhas é uma das cinco praias de Pernambuco, onde banhistas locais e turistas contam com cadeiras anfíbias, que permitem que pessoas em cadeiras de roda aproveitem um banho de mar.

O local conta ainda com monitores treinados, rampa de acesso e esteira na areia da praia que facilitam a vida de cadeirantes, idosos, pessoas com mobilidade reduzida e até quem ainda nem aprendeu a andar, como crianças conduzidas pelos pais em carrinhos de bebê. “Venho duas vezes por ano. Sou bem recebida e aproveito o mar como eu fazia antes de ter o AVC”, afirma Carmem, que viaja na companhia do marido, Luiz Andrade. A equipe da Agência de Notícias do Turismo conheceu a viajante durante os preparativos para ação marcou o Dia Mundial do Turismo, no próximo dia 27 de setembro, que terá como tema “Turismo para todos”.

Em Setembro do ano passado, o MTur convidou três turistas com deficiência para descobrir quatro destinos nacionais: Bonito (MS), Socorro (SP), Porto de Galinhas (PE) e Rio de Janeiro (RJ). O estudante João Paulo Dias, 14 anos, foi um dos escolhidos e nem mesmo os movimentos comprometidos por uma distrofia muscular o impediram de aproveitar ao máximo o passeio em Pernambuco.

O programa de acessibilidade desenvolvido pela Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), com parceiros, também oferece banho assistido em Boa Viagem, Candeias, Tamandaré e Fernando de Noronha. Em três anos, 7 mil banhistas já desfrutaram do serviço. E experiência faz com que muitos retornem para aproveitar o passeio mais uma vez, mas outros resolveram ficar. É o caso de Eduardo Pettengil, de Campo Grande (MS), que após um acidente na piscina optou por montar um negócio na praia onde decidiu morar. A mãe, Dorali Pettengil, não reclama da distância. Os dois se encontram com frequência e desfrutam juntos as piscinas naturais.

LIBERDADE SOBRE RODAS – Há 20 anos, quando chegou ao Brasil, o suíço Michel Peneveyre, vítima de um acidente aos 24 anos, fundou a Associação Rodas da Liberdade. A ONG começou a “dar asas” para moradores e turistas de Porto de Galinhas com a doação de cadeiras de rodas, próteses e sessões de terapia. O banho assistido expôs a necessidade de adaptação de bares, restaurantes, hotéis e até obras públicas, para atender a nova realidade do balneário turístico.

O respeito conquistado pela associação se reflete em outros serviços e no atendimento aos demais visitantes. “Nosso ponto de apoio aqui na areia virou até referência para os banhistas, graças ao treinamento dos nossos monitores”, diz o suíço. Em Porto de Galinhas é possível, ainda, aproveitar um passeio de jangada nas piscinas naturais e no Rio Maracaípe ou ainda de bugue pelas praias de Muro Alto e Maracaípe. O exemplo de Porto de Galinhas, que se espalha pelo litoral pernambucano, chegou ao Recife Antigo.

A capital pernambucana se orgulha de ter o primeiro turismólogo com Sìndrome de Down do Brasil. Bruno Ribeiro integra a equipe de projetos especiais da Empetur e também está comprometido com o programa de acessibilidade que vem sendo desenvolvido no estado. “Sou um exemplo de superação”, comemora. Além das praias, outros atrativos já se adaptaram para receber os diferentes públicos. Na Praça do Arsenal, no centro histórico, o Paço do Frevo – ícone da cultura pernambucana – foi adaptado para cadeirantes assim como o Marco Zero e o Mercado de Artesanato.

“Qualquer destino ou equipamento turístico que deseje se tornar referência e atrair cada dia mais visitantes deve estar atento à acessibilidade. A inclusão já deixou de ser necessária para se tornar pré-requisito. Este é um caminho sem volta. O destino que não de modernizar neste aspecto estará perdendo grandes oportunidades”, disse o secretário de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, Felipe Carreras.

FONTE:WWW.TURISMO.GOV.BR

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